terça-feira, 16 de novembro de 2010

O Maranhão

A desgraça e a beleza que aconteceram nos últimos tempos em minha vida são provenientes deste estado da federação.
Dois anos atrás, (ou mais) fui apresentado ao cof cof e sofro suas consequências até hoje. Não sei se as consequências são deste pequeno elemento, se da desgraçada que me apresentou o dito ou se das minhas ilusões ideológicas e morais, mas o fato é que minha fronteira entre a loucura e a sanidade foi transposta e hoje ainda não sei em qual dos lados estou. Já ouvi vozes e já ouvi Paulo do Brega, e não sei o que é pior!!!!
Agora tenho uma beleza a quilômetros de distância, tenho lençóis a conhecer e estou aqui em São Paulo, falando uma língua que poucos conhecem e esperando por um janeiro similar ao meio do ano passado!
Boas férias ou grande ferro, é o que me espera neste início de ano. Só não espero ter uma surpresa como o bad trip entre tosses!!!!

quarta-feira, 22 de setembro de 2010




Caminho, sinto o vento breve e agradeço.
A estrela cadente que passa peço
um Amor de índio
E ouço a canção que queria lhe dar.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Partilha (desumanidade)

Nós esquecemos que somos bonitos como somos
e nos perdemos brincando de dividir 
com quem não conhecemos nossos cromossos
evitamos a partilha de vida
e morremos chorando por não ter alcançado o mais essencial e humano em nós
nossa humilmanidade
e mais uma noite brincamos de que a vida não é de verdade.

terça-feira, 14 de setembro de 2010


desenhar a flor
da pele: pétala rósea
e vê-la voar

Outro amor de índio (Diferente quase plágio)






O vento, o tempo
e os corpos
são sagrados
enquanto a chama arder

Aliança no dedo de Deus
é arco íris no meu
e viver ao seu lado
é mais que sagrado

Abelha fazendo o mel 
vale o tempo que não voou
e o vôo que faço
tem ponto marcado

Um destino a se cumprir
A estrela seguir
E prever
que o menino está vivo

A estrela cair do céu
O pedido se pensar
O destino se cumpre
e é calor e é todo


Todo amor é sagrado
e o mel é mais sagrado que voar
E voar é mais sagrado quando
as nuvens são grinalda e o céu vel

A massa que faz o pão
Vale a luz de quem amassa
Lembra que o sono é sagrado
e dormir é fermentar o que amassou
E alimenta de horizontes
O tempo acordado de viver

No inverno te proteger
No verão sair pra pescar
No outono te conhecer
Primavera poder gostar
No estio me derreter
Pra na chuva dançar e andar junto

O destino que se cumpriu
De sentir seu calor e ser tudo

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Eu sem chão


(Livre adaptação quase plágio de Joaninha - Djavan, para ler ao som da mesma)

De esperar
A hora passa
A Ave pia
Noite fria
Eu sem chão

Never more
Desmorona
O homem
Solidão
Eu sem chão

Mas um dia a mais
Outra vez
de novo nasce
A paixão, a paixão
Eu sem chão

Luz do cacto
Fura o dedo
fura o medo
e o pacto
E o calor
E a flor
Eu sem chão
Eu sem chão

Chora o céu
Chuva fina derrubando ainda
Quase finda
A ilusão
Joaninha
Sem chão

Terra preta
Céu azul escuro
Luz vermelha
Sou estrela
Sou eu mudo
Eu sem chão

Lua e nuvem
de tanto esperar
passou
a flor, a dor
e o chão, e o chão?
eu sem chão

quarta-feira, 8 de setembro de 2010


em forma humana
transforma o universo
de forma desarmônica

quarta-feira, 1 de setembro de 2010


ave gavião
vôa suave nos campos
movendo emoção
semana que passa
jogo de sangue e de raça
no domingo de graça
no jogo domingo
liberta-se do trabalho
inspirado grito
em silêncio joga
trazendo dentro do peito
toda a arquibancada
http://www.youtube.com/watch?v=Xs6D2ayMnW4&feature=related
em silêncio chuta
curva da bola em disputa
com a torcida muda
Senhor de CEM anos
Menino de pé no chão
Driblando enganos
bola, meta, cenário
onze homens em campo
sentimentos centenários

terça-feira, 31 de agosto de 2010

riso e choro: ouro


rio 
quando oro 
e
quando choro
é
mar de ouro

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

passarinho branco
hino ao ano que passa
voando voando
na manhã ninguém
movimenta o vento e vê
o zen

meretriz de luxo
aberto o livro da vida
caro é o custo
@b
usado
è/o-
u
sado
ar e poesia: cais e opera

Amor líquido


Engolido pela grande cidade, com seus trabalhos e sua rotina de concreto, transformado em água ele flui. Como os carros que nas tardes de domingo passam, na mesma velocidade deste dia .
Como os homens, de fato ou de molho, molha de noite e seca de dia, e na manhã seguinte, resta lembrado por todos e por ninguém como ser da falta de sua humanumidade, ou
Umidade relativa.
Enquanto isso nos seus outros cantos e ralos, a cidade vai seguindo seu amoricídio. Concretando sua realidade dura, atrasando os dias com seus carros parados, e afogando os suspiros de seus filhos com sua falta de ar e de água de cada dia.
Seca as águas e as almas, para que acreditem cada vez menos que a vida em outro lugar seja possível.
E tudo passa... como o rio passa... como a água passa...
como a noite passada em claro, destraído com aquele amor raro e rotineiro, em mais uma noite, deitado ao seu lado na cama!

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

páginas abertas
pássaro que alça vôo
ou mulher na certa

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

mulher amiga
melhor
da minha vida
Do pé, inda largo
da batata, perna linda
dessa coxa finda
apagada a luz
pede pelo meu o seu
corpo belo e nu
eu, frei Damião
caminho co' a multidão
somos corpos mortos

quarta-feira, 11 de agosto de 2010


Um aperto n' alma
amanhã estou melhor
a manhã acalma

terça-feira, 10 de agosto de 2010


devoro-te
e
decifra-me

decifro-te
e
devora-me

Encontros e despedidas


A menina de unhas amarelas me olhou, pedindo sinal, e eu dei. A de unhas rosa-cintilante me olhava tanto que eu nem vi. O ônibus parou. A porta se abriu. E as unhas amarelas deixaram o ônibus... Assim, num átimo. Pra nunca mais. Só ouvi uma voz rouca saindo de uma cara de lua cheia que dizia "mais bom gosto, Luciana, por favor, mais bom gosto!". E o rosa das unhas já não cintilava tanto, os olhos ficaram é cheios de graça. E agora... era eu que cintilava por aquela menina.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010


Devora-me
ou um dia
te decifro

meu heterônimo
é um et homônimo
que tomou éter

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Eu te amo (Geniais Tom e Chico)


"se juntos já jogamos tudo fora
me conta agora como hei de partir"...

"se nós nas travessuras das noites eternas
já confundimos tanto as nossas pernas
diz com que pernas eu devo seguir"

"se na bagunça do seu coração meu sangue errou de veia e se perdeu"

"como? se na desordem do armário embutido
meu paletó enlaça teu vestido
e o meu sapato ainda pisa no teu"

"se nos amamos feito dois pagãos
teus seios inda estão em minhas mãos
me explica com que cara eu vou sair"

"te dei meus olhos pra tomares conta
agora conta como hei de partir"

Exdrúxulo a noite
és tu pio do homem
de bruços no açoite

... herdarão o reino dos céus.


Que bonito de ver o povo unido em torno de um homem que fala forte, palavras duras, mas boas da gente escutar. Noite passada ele falava do surdo, na outra falou do cego... Acho que hoje ele fala de mim: A história de um homem não crente, que nunca viu um milagre, mas que ainda assim encontrava Beleza em tudo que era simplesmente belo, e por isso acabou por herdar o reino dos céus, ao chegar no céu recebeu das mãos do próprio Deus os anjos, os santos, e todos os seus grandes feitos, todos eles empacotados e embrulhados em papel bíblia.

Espere sentado...


Um homem numa cadeira diz:
- Sentado, espero pela morte.
Entra a morte com uma arma e diz:
- E eu, em pé, estava cansada de esperar!

Mas vale um na mão...


Na loja, ela pede pra ver um sabiá. Tirando-o da gaiola o homem diz:
- 200.
Dois fogem e ela diz:
- E estes?
E ele:
- Não valem um tostão!

sábado, 31 de julho de 2010

Duplo (a quatro mãos com Duílio http://databerna.blogspot.com/)


Duplos olhos
duplos lábios
desço
e mais duplo
é o sentido
duplo fartamente duplo
é, acho que sou atraído pelo que tens de múltiplo

sexta-feira, 30 de julho de 2010


perna larga
moça casta
inda te largo da batata

Lúcio andava pelos bares nas tardes e de noite escrevia os seus poemas. Um dia, subitamente saiu de Lúcio um poema. Que se fez carne. Uma luz se fez; lúcida. E o dia se fez noite e habitou Lúcio entre nós.

"Lucy in the sky with diamonds"


Lúcia num céu de diamantes
lú se dá a um céu de amantes
Lúcia dá ao céu diamantes
lúcida Lúcia



existem mais coisas dentro do nosso vazio do que sonha essa grande falta que sentimos