quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Amor líquido


Engolido pela grande cidade, com seus trabalhos e sua rotina de concreto, transformado em água ele flui. Como os carros que nas tardes de domingo passam, na mesma velocidade deste dia .
Como os homens, de fato ou de molho, molha de noite e seca de dia, e na manhã seguinte, resta lembrado por todos e por ninguém como ser da falta de sua humanumidade, ou
Umidade relativa.
Enquanto isso nos seus outros cantos e ralos, a cidade vai seguindo seu amoricídio. Concretando sua realidade dura, atrasando os dias com seus carros parados, e afogando os suspiros de seus filhos com sua falta de ar e de água de cada dia.
Seca as águas e as almas, para que acreditem cada vez menos que a vida em outro lugar seja possível.
E tudo passa... como o rio passa... como a água passa...
como a noite passada em claro, destraído com aquele amor raro e rotineiro, em mais uma noite, deitado ao seu lado na cama!

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