sexta-feira, 27 de junho de 2008
sexta-feira, 6 de junho de 2008
caneta de multicor
onde o azul não pega
escrevo-me de preta
é a letra do meu verso
esperança e medo não servem
nem pra corrigir rasuras
escrevo-me então em cor escura
e não exprimo a vida que me leva
levo à vida os outros do busão
cada um com seu humor e sua cor
e eu apenas me reconheço nelas
multicores: as pessoas
que só se escrevem de uma vez
não têm tempo nem jeito de mudar de cor
a cor é delas
e a cada manhã sabem qual é a sua cor
de cór.
domingo, 1 de junho de 2008
Eu (nós)
Nus e sós, eu e meu outro, ela e o outro dela: alguém. Todos outros de si mesmos.
Meu pai achava que o outro dele era minha mãe. Minha mãe que o dela éramos nós sete. E nós sete olhamos pro mundo de frente e dissemos: - Nosso outro!!!
Ledo engano!
Somos todos o mundo trancado em nós: somos nós outros.
Eu sou os nós e eu me liberta dos nós.
Eu sou o que quero e que quer esses meus loucos nós.
Funeral
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