quarta-feira, 23 de maio de 2007

Sono


a noite negra
nega a paupebra branca
que cobre o ver-te

Meu amor me deu um beijo


Meu amor me deu um beijo
e fez de mim
o anjo que soul
inventava-se assim um conto de fadas
com o qual pago
ainda hoje
as dívidas que contraí com Deus em minha antiga morte
morte essa que o próprio Deus me deu
em notas de dez
a vinte e seis anos!

segunda-feira, 21 de maio de 2007

medo de pombo


Um barulho arrulha
no telhado escuro
onde o mundo é mudo

terça-feira, 15 de maio de 2007

Lamentos


Dentro da cabeça
é vento
e da cabaça
O dentro
é lento de
Cabeça
é Vento
e é tanto
que dentro da cabaça
o vento
espanta tanto enquanto canta
que encanta
e que lamento!

Dentro da cabeça é lento
Dentro da cabeça é vento

e dentre cabeças

Levantes
momentos
armentos
Em si
Novos.
Tormentos
Ou simplesmente
Sons que as dores
atormentam

Distância



De longe se chega perto de tudo o que é inalcançável
No bonde vêem-se as mulheres nas placas
Dos montes, duas distâncias exatas

No horizonte, a linha e duas águas

De agora à quase noite... separadas.
Na fronte apaixonada
Um monte de coisas, a saudade e o nada.


erra
neste mundo
quem
neste mundo
erra

sexta-feira, 11 de maio de 2007

Solo a Sol



Na lira dos meus vinte anos
Dedilho harmonias do Sol
Em clave de Sol arpejando
Escalas de aurora e arrebol.

São rosa, amarela e turquesa
As notas da escala de Sol,
Que tingem de tons de tristeza
A clara alegria de Sol.

Pintando este meu pentagrama
Com traços de raios de Sol
A música torna-se cama

E as cordas se tornam lençol
Em noite de sonho e franqueza
Co'a mesma quentura de Sol.

quarta-feira, 9 de maio de 2007

Eu...


sou
o verbo
divino
o sujeito

terça-feira, 8 de maio de 2007

Imag-in-ação


Parado
num canto da cidade vi
o peito triste de um homem só

Apaixonado

li
nos olhos
deste homem
triste
imagens
e espelhos:
uma loja de retratos

Aquebrantados

os olhos
Revelavam
a mim

Revelar
vão-me
a Ele

Revelar-me
a mim mesmo

que não revelo
a ninguém
o nada do que eu era
e que ainda relevo
se agora sou

Wicca mente


toma um trago
toma um copo
fuma

e o mundo a girar na frente e nas costas da mente

e a mente pira

mentira

do mundo não se vê mais nada
é tudo falso

falsas ilusões
falsas alegrias

falta falta falta
e o medo de se perder do mundo
de se perder no mundo
ou num mundo de ilusões

perdido

não
se acalma

diz a bruxa dos meus sonhos vãos

não
se acalma
é o efeito do óbvio

é cana, é fumaça
é brisa que esse mundo da na gente

e a mente pira
e a gente não sabe mais em que realidade se encontra
todos os sonhos perdidos se encontram
todas as virtudes nos vícios
e a mente pira
e a gente fica sem saber ao certo se a viagem é que mira
ou se a gente é que mira na viagem |direção| certa

só sei que nada sei
que minha viagem é só minha
que a sua viagem é só sua
e que a mente mente
a mente é inimiga de gente
a gente é cobaia
cobaia da bruxa que a gente mesmo criou.

homem terra sonho e lua



clara penumbra da terra
O homem erra
na mesma direção
caminhando sempre
solitaria-
mente:

o homem!

sonha com a imagem nua
da terra em seus próprios braços

com a conquista

na Lua

mas

na Terra

sua,

mente,

sonha,

com a lua

entre seus dentes
e a fronha de seu travesseiro.