quarta-feira, 31 de agosto de 2011

 
Ela não sabe o mal que me faz quando me deixa aqui trancado por tanto tempo dentro desta casa. Ela? pelos bares, amando, vivendo. Eu não sei se continuo esperando ou se vou direto ao ponto. A corda está me esperando na cozinha. Aquela cadeira em mogno que ela tanto me pediu para a sala de jantar está logo abaixo. Aquela corda, cada vez que a vejo parece que torce pela minha chegada. mas minha garganta é que se torce quando chego perto. Quando subo, falta coragem de chutar uma cadeira tão linda e nova que comprei com lágrimas nos bolsos e um sorriso em seus lábios. Quando enfim conseguir passar aquela corda no pescoço sem o remorso de olhar para essa criança a minha frente chorando....
Ouvi dizer que o João de Barro prende a sua amada na casa após o crescimento dos filhos. Não vou dar esse gosto a ela. Deixo-a com a criança, assim fica mais fácil pra mim e mais difícil pra ela... Não não. Eu não a amo a ponto de dar de presente a minha vida, muito menos assim, com laço e tudo. Não não.
Serei eu a Joana-de-barro. Ficarei aqui trancado enquanto ela cresce e se diverte.
É isso. Cada um escolhe o seu mal de amor. O meu se diverte pelos bares enquanto o dela fica aqui refletindo e chorando, esperando que ela mude de atitude. Que o joão-de-barro cantador mude seu instinto, e que esta criança pare de chorar.
Cala boca menino, e fica aí. Não sai daí que vou lá na cozinha preparar o seu café da manhã ou coisa que o valha...

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